por acaso escarlate

terrorismo poético, de leve

o Bernardo é um cara que tem lido muito Artáudi. Não, não é pra confundir com ataúde, até onde eu sei o negócio do cara é _________ ("mas o homem escolheu cagar etc). Eu fico fazendo graça mas vou xerocar a carta aos médicos sei lá o quê de manicômios e colocar anonimamente debaixo da porta do meu psiquiatra. O Bernardo parece gostar muito de mim apesar de eu ir ao psiquiatra regularmente, mas eu só vou porque os sintomas persistem e acho que o Ministério da Saúde, nesse caso, aconselha consultar um médico. Ok, o Ministério da Saúde também adverte tipo nicotina é tóxica e so on, coloca aquelas fotos bobas bobas (a do nenenzinho me arrepia o braço) atrás dos adoráveis maços de Camel, Marlboro e tá tá tá. bem, o Bernardo não fuma. mas não se importa se eu fumar do lado dele, mesmo se ele estiver comendo. a tolerância é uma grande virtude, my dear.

fiquei chateada porque ele foi pra Dunas e nem me trouxe uma tartaruguinha, nem brinco-artesanal-hippie, nem areia no chinelo.

o negócio do açúcar é por causa dele, acho que começou com Reina de Azúcar e então foi evoluindo. ele também tem uma camisa amarela e me parece que ele não gosta muito de ser chamado de pintinho amarelinho. camisa, camiseta: ele escreve coisas fantásticas com aquelas canetas de marcar tecido. as colagens também são, são, ah, ótimas. a gente foi fazer Galpão juntos e desde então ele é meu ator predileto. quando eu estava parecendo uma lesma, me arrastando pelo chão frio e áspero (oh dor oh vida), ele escreveu vários açúcares em papeizinhos dobrados e jogou dentro da minha blusa.

acho que agora só vou chamá-lo de star fish :)